Quem faz a indicação de candidatura são os partidos, não as candidatas. Se, em tese, não existem mulheres negras candidatas em partidos de direita, isto deve ser cobrado deles e não das candidatas de esquerda. As preferências pessoais de algumas não podem servir de desculpa para questionar uma possível ação de racismo institucional que torna esses partidos mais refratários a essas candidaturas que os partidos de esquerda.

Reconhecemos também que essa associação existe por um motivo principal: os partidos de esquerda são historicamente mais permeáveis à lutas populares. Seja dos trabalhadores, rurais ou urbanos, seja antimachismo ou antirracismo. Por exemplo, muitos dos partidos de centro e esquerda que existem hoje no país são derivados do trabalhismo e guardam essa associação em seus nomes. Porém, dito isto, seria leviano de nossa parte afirmar que ser de direita automaticamente torna ou comprova o racismo das pessoas. Nos últimos anos algumas candidaturas negras vieram por legendas de direita como Aline Torres, em São Paulo (capital), que atualmente ocupa a Secretaria Municipal de Cultura, que veio candidata à verância em 2020 e Denise Guedes em Viamão (RS). Nossa posição principal é que entendemos ser importante fortalecer a ocupação de mulheres negras em espaços de poder!